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A Cosmovisão das Tartarugas

Um Jardim Mágico realizado em 2007. 

PVP: 2.500€

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Um Jardim Mágico é um complexo de templos da época post-clássica da civilização quelónia. Nele se vêem os três elementos centrais da cosmovisão das tartarugas:

 

1. A Deusa das tartarugas. A Deusa Tartaruga é adorada por todos os seres da raça quelónia. Diz-se que é eterna e que gerou todos os seres vivos do planeta. Ao estar pousada em cima do altar ela demonstra o império que tem sobre o mundo criado.

 

2. A tartaruga-calendário. Na base do altar podemos ver o calendário recebido para este ciclo pela Deusa Tartaruga, com os treze meses ou luas e os seus 28 dias e que foi entregue a todos os seres deste planeta para que se cumpra. É como que um grande relógio cósmico. Nesse calendário que é um ser vivo, onde cada órgão tem o seu ritmo e tudo flui com perfeição, está inscrita a ordem temporal que rege a vida das tartarugas: os equinócios e solstícios, as fases da lua, as migrações e os nascimentos. É a imagem sempre visível da Deusa, a sua forma de actuar. Ela, imóvel e eterna, é fonte de todo o movimento e de todo o tempo.

 

3. A tartaruga-borboleta. Em cima do arco de metal corroído ou portal da iniciação, por baixo do qual passam todas as candidatas aos mistérios, podemos ver o símbolo máximo do mito central que move as tartarugas: que um dia a sua carapaça rochosa e dura se transformará em asas e que com elas poderão voar. Esta metamorfose conseguida por muito poucas dentro delas é atestada na sua tradição oral e não cabe dúvidas desse facto pois esta carapaça que foi encontrada, se bem que de tartaruga, tem as qualidades aerodinâmicas para voar, crendo-se que pertenceu à última tartaruga que logrou passar a outra dimensão. Vista pelo ângulo correcto de alinhamento, a cabeça da Deusa emerge das grandes asas, encarnando assim o mito que dá sentido à vida das tartarugas.

 

Para além destes 3 elementos centrais, podemos reconhecer que a cena pertence a um período post-clássico não só pela heterogeneidade dos monumentos mas sobretudo pela presença de seres humanos.

 

Com efeito, as tartarugas, em fase tardia, começaram a admitir que seres humanos de sexo feminino participassem da sua vida religiosa, sendo iniciadas nos seus mistérios e instruídas nas suas tradições e costumes. Não permitem contudo a entrada a seres masculinos que classificam de demasiado densos e violentos.

 

Assim, vemos perto da Deusa, a sacerdotisa humana, Isis, que oficia os sagrados mistérios e que corre, nos dias de adoração, as cortinas que durante a maior parte do tempo escondem a Deusa dos olhos dos mortais. Recentemente nasceram asas a esta sacerdotisa.

 

Interessante também notar (à esquerda) a congregação de mulheres, que participam neste rito de zoolatria. Elas estão sendo treinadas para se tornarem canais da Deusa das tartarugas e, eventualmente, serão enviadas como apóstolas e missionárias nos reinos humanos.

 

Na parte frontal direita podemos ver duas outras mulheres aculturadas pelas tartarugas. A primeira, vestida de amarelo é uma pitonisa que recebe os visitantes humanos do santuário que respeitosamente vêm - por vezes de muito longe - fazer perguntas sobre o seu destino. Na realidade é uma outra mulher, situada no interior do pequeno templo que recebe as respostas do supraconsciente da Deusa Tartaruga e as transmite telepáticamente à pitonisa de amarelo, que, essa sim, as sabe pôr em palavras coerentes e muitas vezes em verso. Dividem-se os peritos sobre o significado dos estranhos animais que em fila indiana parecem acolitar a pitonisa. Segundo uns, esses seres teriam que ver com o mito da esfinge de Édipo e poderiam matar os consulentes que não aceitassem as intimações do destino; segundo outros, são seres amestrados pelas tartarugas porque também têm a capacidade de metamorfose: deixam no solo a pele exterior dos seus corpos físicos e tomam asas imateriais.

 

Como detalhes, podemos apreciar, ao fundo, o templete cinzento da Chefa do Protocolo da Deusa Tartaruga. Esta tartaruga serviu várias gerações na corte de um rajá da India, tendo-se depois retirado e tomado o serviço da Deusa. Muito mais rica que a Deusa, é ela que introduz os enviados das raças feudatárias ou aliadas das tartarugas. Perto dela, por detrás do templo principal, encontra-se o ovo da Deusa, guardado por uma sereia.

 

À frente à esquerda, olhando o cortejo das candidatas à iniciação vê-se uma tartaruga anacoreta, que vive só nesse templete amarelo e que depois de muita meditação já se tornou luz, sendo por isso transparente.

 

Em cima do grande templo da Deusa vê-se aquilo a que os homens chamam um "disco-voador". Na realidade, segundo as tartarugas, são gigantescas tartarugas cósmicas que voam através do espaço e das dimensões para monitorizar e impulsionar a evolução do Universo. Em baixo desse disco vê-se uma forma oval azul, o "olho de Deus" que tudo vê.

 

À esquerda, contíguo ao templo da Deusa, encontra-se uma pequena capela onde é venerado o Antepassado mítico, comum às tartarugas e aos homens. Não sendo parte da religião oficial das tartarugas, este culto é tolerado pela Deusa e pelas sacerdotisas e é seguido por algumas tartarugas mais modernas e desejosas de melhorar as relações com a humanidade, dando-lhe uma base mais sólida.

 

À direita do centro pode-se ainda ver o "observatório do mundo". Aí, uma pequena tartaruga observa o desenrolar dos mistérios da galáxia, dizendo as tartarugas que muito antes dos mayas e dos chineses já elas observavam a relação entre o Tempo e os astros.

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